SWA - Safe Way for Autistic - Caminho Seguro para Autistas

..Musicoterapia e seus efeitos em pessoas portadoras do TID - Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, onde se inserem os autistas... Este espaço será como um portal para o conhecimento, divulgação e o compartilhar de um processo terapêutico. Ouso-me aqui falar de uma maneira vivencial como uma profissional em Musicoterapia que se encantou com o enigmático universo dos portadores do Autismo Infantil. Antes porém deste mergulho, quero falar a respeito do título deste blog... um outro mergulho ... no tempo!!!

Ano 2001: Realização de um antigo sonho. Comecei a cantar Mantras em sânscrito (man= mente + tra= libertação) isto é um fato marcante em minha vida. Essa experiência me permitiu uma total compreensão do efeito do sons na vida de todo ser humano, o que veio reforçar mais ainda o gosto pela minha profissão.

Cantar mantras nos leva à uma total conexão com nosso Eu Interior = SWA (Eu Interior em Sânscrito). Sabendo na prática, que a Musicoterapia é uma das terapias que mais se adeqüa aos portadores do Autismo Infantil, é que estou aqui agora partilhando com todos vocês, este bolg que se torna um Caminho Seguro para os Autistas: SWA - Safe Way for Autistic.

Então com estes conceitos preliminares ... E o esclarecer sobre, tornará o início desta viajem, algo possível... Apreciem.

Musicoterapia: Conceitos Básicos

Apresentação de jovens portadores de AI-Autismo Infantil no Shopping Caboatã - Salvador- BA
Instituição: EVOLUÇÃO - Musicoterapeuta: Maria Angélica Oliveira Spenley



Sábado, 29 de junho de 2008

Musicoterapia é a utilização da música e/ou de seus elementos constituintes, ritmo, melodia e harmonia, por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele ou ela alcance uma melhor qualidade de vida, através de prevenção, reabilitação ou tratamento. (World Federation of Music Therapy).

Indicações

Os musicoterapeutas trabalham com uma gama variada de pacientes. Entre estes estão incluídas pessoas com dificuldades motoras, autistas, pacientes com deficiência mental, paralisia cerebral, dificuldades emocionais, pacientes psiquiátricos, gestantes e idosos. O trabalho musicoterápico pode ser desenvolvido dentro de equipas de saúde multidisciplinares, em conjunto com médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e educadores.Também pode ser um processo autônomo realizado em consultório.

Processo

O processo da musicoterapia pode se desenvolver de acordo com vários métodos. Alguns são receptivos, quando o musicoterapeuta toca música para o paciente. Este tipo de sessão normalmente se limita a pacientes com grandes dificuldades motoras ou em apenas uma parte do tratamento, com objetivos específicos. Na maior parte dos casos a musicoterapia é ativa, ou seja, o próprio paciente toca os instrumentos musicais, canta, dança ou realiza outras atividades junto com o terapeuta. A forma como o musicoterapeuta interage com os pacientes depende dos objetivos do trabalho e dos métodos que ele utiliza. Em alguns casos as sessões são gravadas e o terapeuta realiza improvisações ou composições sobre os temas apresentados pelo paciente. Alguns musicoterapeutas procuram interpretar musicalmente a música produzida durante a sessão. Outros preferem métodos que utilizem apenas a improvisação sem a necessidade de interpretação. Os objetivos da produção durante uma sessão de musicoterapia são não-musicais, por isso não é necessário que o paciente possua nenhum treinamento musical para que possa participar deste tratamento.

O musicoterapeuta, por outro lado, devido às habilidades necessárias à condução do processo terapêutico, precisa ter proficiência em diversos instrumentos musicais. Os mais usados são o violão, o piano (ou outros instrumentos com teclado) e instrumentos de percussão.

O uso da música como método terapêutico vem desde o início da história humana. Alguns dos primeiros registros a esse respeito podem ser encontrados na obra de filósofos gregos pré-socráticos.

A sistematização dos métodos utilizados só começou, no entanto, após a Segunda Guerra Mundial, com pesquisas realizadas nos Estados Unidos. O primeiro curso universitário de musicoterapia foi criado em 1944 na Michigan State University.

Musicoterapeuta

O profissional responsável por conduzir o processo musicoterápico é chamado musicoterapeuta. A formação desse profissional é feita em cursos de graduação em musicoterapia ou como especialização para profissionais da área de saúde (medicina ou psicologia). Em alguns países a musicoterapia também pode ser parte de uma formação em arteterapia, que envolve, além da música, técnicas de artes plásticas e dança.

A formação do musicoterapeuta inclui teoria musical, canto, prática em ao menos um instrumento harmônico (piano ou violão), instrumentos melódicos (principalmente flauta) e percussão.

Também faz parte da formação do musicoterapeuta o conhecimento da anatomia e fisiologia humana, psicologia, filosofia e noções de expressão artística, expressão corporal, dança, técnicas grupais e métodos de educação musical como o Método Orff ou o Método Kodály.

O dia do musicoterapeuta é comemorado no Brasil em 15 de setembro.

Musicoterapia no Futuro

Ultimamente tem-se desenvolvido novas formas terapêuticas na área da musicoterapia, entre elas é a musicoterapia digital, ou por outras palavras musicoterapia com base nos instrumentos eletrônicos tal como guitarras elétricas, sintetizadores, baterias eletrônicas, etc...


Bibliografia

  • Léon Bence y Max Méreaux, Guía muy práctica de musicoterapia, Editorial Gedisa, Barcelona, 1988.
  • Rolando Benenzon, Manual de musicoterapia, Paidós Ibérica, Barcelona, 1985.

Autismo Infantil... Uma Longa Caminhada

Sábado, 29 de junho de 2008

A palavra autismo vem do grego “autos” que significa - “si mesmo”- alguém que se encontra abstraido em si próprio. Desinteressada do que acontece ao seu redor, a criança autista se apresenta distante e esquecida do ambiente e só transitoriamente percebe a separação do seu corpo dos objetos externos. Aparentemente reflete um sentimento de satisfação demonstrando um quase permanente bem-estar consigo própria. Esta falsa auto-suficiência a impede de um relacionamento adequado às diversas situações do cotidiano. Como se estivesse numa redoma, o autista evita sempre que alguém penetre no seu mundo.

O autismo manifesta-se de diversas maneiras. Cada criança apresenta características peculiares. Algumas ao nascer sentem dificuldade em aninhar-se no colo da mãe e até em mamar. Outras têm um desenvolvimento “normal” até aproximadamente três anos, chegam a falar, perdendo posteriormente a capacidade de expressar-se oralmente e algumas conseguem pronunciar as palavras ou frases, ecolalicamente. Poderão manifestar-se alguns ou todos os sintomas. Por ser raramente capaz de reagir aos estímulos do mundo exterior, o autista apresenta sérios problemas na comunicação.


HISTÓRICO

Em 1911, o médico E.Bleuler, usou o termo autismo pela primeira vez para distinguir a perda de contato com a realidade, o que ocasionaria uma grande dificuldade de comunicação e relacionamento com as pessoas.

Em 1943, magistralmente, Leo Kanner psiquiatra austríaco, identificou entre crianças “deficientes” algumas que se diferenciavam das demais por um comportamento peculiar caracterizado entre outros, por uma dificuldade extrema em estabelecer relações interpessoais. A partir dessa observação pode descrever uma síndrome com uma série de sinais e sintomas., dentre as quais, destacavam-se dificuldades nos primeiros contatos com os pais, com situações frustrantes, com o sono, na área do emocional e da comunicação em geral, extremo retraimento e obsessividade. Todas essas características apresentam-se na mais tenra infância, chegando aos três primeiros anos de vida. Ocorrem, aproximadamente, um caso em mil nascimento. Para cada cinco meninos, nasce uma menina. A essa síndrome Kanner denominou de “Autismo Infantil Precoce”.

Ajuriaguerra (1973), em seu célebre tratado, o enquadra dentro das psicoses infantis caracterizadas como sendo um transtorno da personalidade dependente de uma desordem da organização do Eu e da relação da criança com o mundo circundante, definida por

  • conduta inapropriada frente à realidade com retraimento de tipo autístico ou fragmentação do campo da realidade;
  • restrição no campo de utilização dos objetos;
  • catexis cognitivas, afetivas e de atividade insuficientes ou parcialmente exageradas, demasiado focadas ou esparsas, produzindo condutas rígidas ou inconsistentes;
  • vida imaginativa pobre ou do tipo mágico-alucinátório;
  • atitude demasiado abstrata ou demasiado concreta, restrita, limitando a mobilidade do campo do pensamento e da ação;
  • relação inadequada com as pessoas.

Em 1976 opera-se uma transformação extraordinária nos conceitos sobre o Autismo Infantil, até então seguindo uma linha psiquiátrica defendida por Leo Kanner.

Ritvo (1976) lança seu livro sobre o Autismo e nele podemos observar uma mudança radical. Cita estudos anteriores, os quais enfatizam que as crianças autistas possuem um problema de desenvolvimento e déficits cognitivos. Segundo Ritvo (1976) “a desestruturação da criança autista decorre de alguns fatores importantes dentre eles os distúrbios de percepção (hipo ou hiperatividade aos estímulo devida a falhas na modulação dos inputs sensoriais, distorção da hierarquia de preferência dos receptores e défict no uso do input sensorial para discriminar em ausência de feed-back das respostas motoras”.

o autismo infantil decorre de incompatibilidades severas, ainda em estado intra-uterino, entre a mãe e o feto, resultando num psiquismo fetal patológico que vais se prolongar após o nascimento.

Mesmo diante da revolucionária teoria de Ritvo, ainda seguindo uma linha psiquiátrica, BENENZON(1987) afirma que o autismo infantil decorre de incompatibilidades severas, ainda em estado intra-uterino, entre a mãe e o feto, resultando num psiquismo fetal patológico que vais se prolongar após o nascimento.

“Bettelheim propõe considerar o autismo infantil como um estado mental que se desenvolve como reação ao sentimento de viver uma situação extrema e desprovida de qualquer esperança.”

“Apresenta a hipótese de que uma lesão do sistema reticular poderia ser originada por hiperoxia manifestando a semelhança entre alguns sintomas do autismo e das crianças cegas desde a primeira infância devido a uma fibroplasia retrolental.

Para obter-se o diagnóstico de Autismo pelo DSM-III-R (1989), fazem-se necessários ao menos oito dos dezesseis itens seguintes, incluindo-se pelo menos dois itens do grupo A, um do B e um do C.

A. Incapacidade qualitativa na integração social recíproca manifestada pelo seguinte:

(1) Acentuada falta de alerta da existência ou sentimentos dos outros.

(2) Ausência ou busca de conforto anormal por ocasião de sofrimento.

(3) Imitação ausente ou comprometida.

(4) Jogo social anormal ou ausente.

(5) Incapacidade nítida para fazer amizade com seus pares.

B. Incapacidade qualitativa na comunicação verbal e não-verbal e na atividade imaginativa, manifestada pelo seguinte:

(1) Ausência de modo de comunicação como balbucio comunicativo, expressão facial, gestos, mímicas ou linguagem falada.

(2) Comunicação não verbal acentuadamente anormal, como no olhar fixo olho-no-olho, expressão facial, postura corporal ou gestos para iniciar ou modular a interação social.

(3) Ausência de atividade imaginativa como representação de papéis de adultos, personagens de fantasia ou animais; falta de interesse em histórias sobre acontecimentos imaginários.

(4) Anormalidades marcantes na produção do discurso, incluindo volume, entonação, estresse, ritmo, velocidade e modulação.

(5) Anormalidades marcantes na forma ou conteúdo do discurso incluindo o uso estereotipado e repetitivo da fala; uso do “você” quando o “eu” é pretendido; ou freqüentes apartes irrelevantes.

(6) Incapacidade marcante na habilidade para iniciar ou sustentar uma conversação com os outros, apesar da fala adequada.

C. Repertório de atividades e interesses acentuadamente restritos, manifestado pelo que se segue:

(1) Movimentos corporais estereotipados como, por exemplo, pancadinhas com as mãos ou rotação, movimentos de fração, batimentos da cabeça, movimentos complexos de todo o corpo.

(2) Insistente preocupação com parte de objetos ou vinculação com objetos inusitados.

(3) Sofrimento acentuado com mudanças triviais no aspecto do ambiente, por exemplo: quando um vaso é retirado de sua posição usual.

(4) Insistência sem motivo em seguir exatamente sempre o mesmo caminho para as compras.

(5) Âmbito de interesses marcadamente restritos e preocupação com um interesse limitado, por exemplo: interessado somente em enfileirar objetos, em acumular fatos sobre metereologia ou em fingir ser um personagem de fantasia.

Segundo Gillberg (1990) “o Autismo é considerado como uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de um distúrbio de desenvolvimento. Conforme já dissemos anteriormente, ele é caracterizado por um déficit na interação social visualizado pela inabilidade em relacionar-se com o outro, usualmente combinado com déficits de linguagem e alterações de comportamento”(Gillberg), 1990).

O DSM-IV (draft) (APA, 1991) caracteriza-o como um “Distúrbio Abrangente de Desenvolvimento”, com a inclusão de critérios específicos de algumas patologias. Assim sendo, tenta tornar-se um pouco mais específico e característico que seu antecessor DSM-III-R.

A 10ª Classificação Internacional das Doenças Mentais – CID-10 (1993), enquadra o autismo na categoria “Transtornos Invasivos do Desenvolvimento”, caracterizados por uma série de comportamentos anormais na interação social, nos padrões de comunicação e por apresentar um repertório de atividades repetitivas restritas e estereotipadas.

Frisa ainda que, “em alguns casos” os transtornos estão associados e são presumidamente decorrentes de alguma condição médica, devendo, entretanto, ser diagnosticados com base nos aspectos comportamentais independentemente dessas condições.

Segundo Schwartzman(1995) “o autismo infantil é uma condição neuropsicológica conhecida, ao menos sob esta denominação, desde a década de 40, quando foi descrita, de forma brilhante por Kanner.(1943). Síndrome caracterizada por alterações presentes desde idades bastantes precoces e que se manifesta, sempre, por desvios nas áreas da relação interpessoal, linguagem/ comunicação e comportamento


Maria Angélica Oliveira Spenley - Monografia da conclusão do curso de Bacharel em Musicoterapia - UCSal em Julho de 1997

Falaremos sobre...


... Musicoterapia e seus efeitos em pessoas portadoras do TID - Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, onde se inserem os autistas... Este espaço será como um portal para o conhecimento, divulgação e o compartilhar de um processo terapêutico. Ouso-me aqui falar de uma maneira vivencial como uma profissional em Musicoterapia que se encantou com o enigmático universo dos portadores do Autismo Infantil. Antes porém deste mergulho, quero falar a respeito do título deste blog... um outro mergulho ... no tempo!!!

Ano 2001: Realização de um antigo sonho. Comecei a cantar Mantras em sânscrito (man= mente + tra= libertação) isto é um fato marcante em minha vida. Essa experiência me permitiu uma total compreensão do efeito do sons na vida de todo ser humano, o que veio reforçar mais ainda o gosto pela minha profissão.

Cantar mantras nos leva à uma total conexão com nosso Eu Interior = SWA (Eu Interior em Sânscrito). Sabendo na prática, que a Musicoterapia é uma das terapias que mais se adeqüa aos portadores do Autismo Infantil, é que estou aqui agora partilhando com todos vocês, este bolg que se torna um Caminho Seguro para os Autistas: SWA - Safe Way for Autistic.

Então com estes conceitos preliminares ... E o esclarecer sobre, tornará o início desta viajem, algo possível... Apreciem.